A Peninsula

Sunday, August 28, 2011

CORRENDO CONTRA O RELOGIO

O grande dia chegou.
Árvores, pedras, matinhos estavam lotados de espectadores. Torcidas organizadas, faixas estendidas ao longo do caminho.
Os competidores, devidamente posicionados, aguardavam o tiro de largada. Na raia 1, a Lebre; na 2, a Tartaruga; 3 o Gambá e 4, o Relógio. Relógio antigo, daqueles de corda, que trepida a cada passo.
Na hora certa – não poderiam atrasar, após semanas de negociação, conseguiram que a Terra aceitasse ficar parada por algum tempo, mas não por muito. Vá que ela andasse mais de um lado que de outro e favorecesse um dos competidores? - POW!
A Lebre e o Gambá tomaram a dianteira. Passados os primeiros metros, percebendo que ficaria em desvantagem, o Gambá acionou sua arma nada secreta. Num único jato, neutralizou a competidora e parte da platéia, que se jogou no Rio. Claro que o Rio não gostou. Irritado, se retirou para tomar banho.
Lebre nocauteada, Gambá desclassificado, cadê o teste anti-doping?, continuavam no páreo a Tartaruga e o Relógio.
Quinze minutos, trinta, uma hora. Onde estão? A Terra dava sinais de querer voltar a seu ritmo normal.
A direção da prova decide procurá-los. Encontram os dois no maior papo, caminhando lado a lado, como velhos companheiros.
- Que houve?, perguntou o diretor à Tartaruga.
- É a arte da guerra, meu amigo. Se você não pode vencer o inimigo, alie-se a ele.

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